sábado, 22 de novembro de 2008

Procuro

...procuro urgentemente um coração.
Que além de ser humano, seja gente. Que antes de ser adulto, seja criança.
Que tendo vontade de chorar, chore e ria...Que traga alegria e fé para minha alma
E lutando ao meu lado seja um leão...Mas que seja vibração e loucura me amando.
Que tenha um sorriso acolhedor...
De olhos úmidos de emoção... De lábios amorosos e quentes... Que nunca simulem afeição... Mas que sejam firmes na defesa de suas vontades.
É imprescindível que saiba dançar;
que goste do mar, que dance na chuva e cante mansinho.
Precisa-se muito deste ser humano especial e único. Porque será sempre meu !Que sempre será livre para podermos voar juntos.
Será belo, porque o verei com os olhos do espírito. Que será sempre rico, pois dele serão os tesouros do meu amor...
Aceita doar-me este teu coração??
by: Charles Chaplin

quarta-feira, 19 de novembro de 2008


O Blog da Anocas foi nomeado para o Prémio DARDOS pelo O Blog Artesanatomeu da BOLOTINHAhttp://www.artesanatomeufati.blogspot.com/, prémio que recebi com muita honra e agradeço.O Prémio DARDOS foi criado para reconhecer o trabalho que cada blogger realiza , quer seja a nivel fotográfico, literário, cultural, pessoal, etc... demonstrando assim a sua criatividade e vontade de partilhar.Estes selos, foram criados com a intenção de promover o convivio entre os bloggers, uma forma de demonstrar reconhecimento por um trabalho, que valoriza a web. Quem recebe o prémio DARDOS deve seguir algumas regras:
1º Exibir a distinta imagem
2ºLinkar o blog pelo qual recebeu o prémio
3ºEscolher outros blogs a quem entregar o Prémio DARDOS
Assim o Blog da Anocas escolhe nomear os seguintes blogs:
http://estremozdebate.blogspot.com/


terça-feira, 18 de novembro de 2008

Amigos

"No aperto do perigo, conhece-se o amigo"
Agradeço a todos os amigos, que me tem ajudado nesta fase da minha vida tão complicada.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O Blog da Anocas

Com a entrada na Mobilidade Especial, o computador tem sido o meio para divulgar as injustiças desta situação.
Foi assim que tive o contacto com a blogosfera.
Este blog será um espaço onde informar ,comentar, opinar, influenciar,dar a conhecer sentimentos, estados de alma e amores ou paixões.
Espero que visitem este blog.
O primeiro post foi uma homenagem a Coimbra a terra onde nasci.

História do Fado de Coimbra

Canção de Coimbra: Um Canto de Rua
É voz corrente considerar o chamado fado de Coimbra oriundo do Fado de Lisboa. Tal origem seria, talvez, inquestionável, se tudo o que se fez (e se tem feito) em Coimbra - ao nível da sua música tradicional, se limitasse única e exclusivamente ao Fado, se é que este, efectivamente, existe em Coimbra.
Todavia, a música tradicional de Coimbra não se esgota naquilo que se designa de "Fado de Coimbra". As danças e os Cantares populares, assim como todo um conjunto de representações etno-musicais em tomo das fogueiras de S. João, bem como, as canções de trabalho, os cânticos de embalar, as cantigas de amar e as serenatas, constituem um repertório ímpar na vivência espaço-temporal da música tradicional da cidade, que nada tem a ver com o universo fadístico. Dizer-se, pois, que a Canção de raiz Coimbrã é o "Fado de Coimbra", está muito longe de ser verdade.
Coimbra sempre foi um caldeirão cultural, fruto da convivência entre duas culturas: a popular e a erudita. A existência, entre os séculos XII e XIV, de uma rica cultura erudita ficou a dever-se ao facto de, na cidade, viverem várias minorias étnicas e sociais, assim como grupos sócio-profissionais, que desenvolviam as suas respectivas culturas específicas, onde o lúdico-musical estava presente para ocupação dos seus tempos livres. Por outro lado, devido à sua situação geográfica de cruzamento e de passagem de viajantes, jograis, peregrinos e estudantes, a cidade acabava por ser um local privilegiado para uma vivência quotidiana com base nas feiras, romarias e outros eventos similares, onde se faziam notar as várias influências culturais. Igualmente havia um fluxo humano do campo para a cidade, não só para a venda de produtos, mas também, na procura de melhores condições de trabalho. Com este povo vinham os seus cantares. Paralelamente, a pequena nobreza rural instala-se na cidade, trazendo consigo as expressões musicais que a caracterizavam. A co-habitação de dois imaginários (o campesino e o citadino) tomou-se inevitável. E o mercado urbano, as feiras e as "romarias acabaram por ser os locais privilegiados para o intercâmbio etno-musical entre diferentes gentes e factor de difusão de práticas culturais que fortaleceram e desenvolveram o relacionamento entre duas culturas musicais: a da cidade e a rural.
É em plena praça pública que a cultura popular e erudita marcam ponto de encontro, onde os cantares de origem aristocrática se misturam com músicas e danças populares. Aliás, desde sempre que uma poesia culta e uma poesia culta e uma outra popular se influenciaram mutuamente. Basta ver que há características populares nos cantares trovadorescos, bem como, canções e trovas eruditas que foram modificadas e absorvidas pelo filão popular, juntando-se às cantigas de amor e trabalho, canções satíricas e do dia-a-dia, reforçando, assim, o repertório do Cancioneiro Popular.
Deste convívio entre diferentes gentes nascerá, e se afirmará através dos tempos, uma valência etno-cultural de identidade regional e local muito própria: um folclore urbano! Ou melhor: o filão popular da música de raiz coimbrã, com as suas manifestações emo-musicais, desde as danças e cantares regionais e locais até às cantigas, marchas, danças de roda com mandador, e serenatas populares. E, de uma maneira geral, todas estas expressões musicais se desenvolviam ao ar livre.
Paralelamente a este filão popular, um outro se desenvolvia também: o filão académico, com as suas manifestações musicais (reveladoras de uma postura erudita quanto ao evoluir do discurso poético-musical ao longo dos tempos), mas de forte influência urbano-popular, onde se destacam as estudantinas, o cantar brejeiro e as serenatas. Sabe-se, aliás, que pelo menos, desde o século XVI, era hábito os estudantes de Coimbra cantarem e tocarem, noite dentro, pelas ruas da cidade. Prova factual é a missiva que o rei D. João III envia ao então reitor da Universidade, a 20 de Junho de 1539, dando conta da necessidade em se pôr fim à algazarra e às cantorias que os estudantes faziam até altas horas da noite, já que eram muitas as queixas dos habitantes da velha urbe. Se seria um Canto Serenil (única e exclusivamente de cortejamento por uma mulher), não o podemos, seguramente, afirmar; mas que era um canto de rua, disso não restam dúvidas. Sabe-se, também, que no ambiente académico do século XVIII, os estudantes cantavam miles trovas, e que, na Coimbra daquele tempo, era hábito cantarem-se canções de amor e cantigas populares, reflexo de um salutar intercâmbio entre o duplo filão desta Canção que, e muito bem, chegou aos nossos dias.
Pese embora, os serões de então, quer da aristocracia como da burguesia, serem preenchidos com minuetes, rondós, romances e modinhas, onde o acompanhamento era feito, primeiramente a cravo e, mais tarde, ao piano, era, todavia, na rua, que esta cultura aristocrática e burguesa se cruzava com os cantares regionais e locais. E é na rua que a serenata ganha ascendente. Ora, tudo isto diz respeito a um tempo anterior ao aparecimento do Fado em Portugal - que ocorre no 1º quartel do século XIX. Fado que ao difundir-se pelo país, nunca chegou a dominar os cancioneiros populares de cada região, ou o tipo de música que então se cantava e tocava no ambiente aristocrático e burguês das cidades; e tudo isto tem em conta uma característica que ainda. hoje perdura na Coimbra do século XXI: a Canção de raiz coimbrã filão popular e académico, é, essencialmente, um Canto de Rua, embora possa ser interpretada em espaços fechados - que não Casas de Fado (prática nocturna ligada ao Fado de Lisboa, mas que nada tem a ver com os hábitos musicais de Coimbra e com a génese, evolução e imaginário da sua Canção).
Jorge Cravo